Se fosse bom se vendia

"Conselho eh uma daquelas coisas que eh bem melhor dar do que receber"
Carolyn Wells em The Rest of My Life

O meu patrao eh um amor de pessoa. Ate demais. Ele ama a cultura brasileira, entende um monte de MPB (alias, leiam esta cronica sobre MPB, mto engracada, eh o segundo texto da pagina) e tem uma colecao enorme de CDs. Que ele adora me emprestar. Eu acho fofo, mas toda semana eh alguma coisa que eu nao necessariamente quero ouvir. E acabo ouvindo, pra poder comentar. Eu nao gosto mto de bossa-nova nem de sambinha. Tem coisas bem legais que ele me emprestou, tipo o CD Construcao do Chico. Entao o problema nao eh exatamente o emprestimo, mas o excesso de. Alias, o problema na verdade sou eu, que deveria falar pra ele que nao curte bossa-nova nem sambinha. Mas agora ja eh tarde demais. Eu tenho dificuldade em frustrar pessoas bem-intencionadas. Alem dos CDs ele tb me empresta livros e DVDs. Agora estou com praticamente com a colecao de filmes do Almodovar, que eh o maximo. Mas outro dia ele me emprestou um livro do tamanho duma lista telefonica com todos os filmes lancados no ano passado. O que eh que eu faco com aquilo? Serio, eu nao quero ser mal-agradecida, e toda vez que retorno alguma coisa me sinto no dever de fazer algum comentario minimamente inteligente. O que eh que eu vou falar daquilo?

Nada contra recomendacoes e emprestimos, mas tem que ser so do que eh imperdivel, senao eu esqueco ou fico com preguica.